PERSONAGENS DO BULLYING
AS VÍTIMAS
1) VÍTIMA TÍPICA
São alunos que apresentam pouca habilidade de socialização. Em geral são tímidas ou reservadas, e não conseguem reagir aos comportamentos provocadores e agressivos dirigidos contra ela.
Normalmente são mais frágeis fisicamente ou apresentam alguma “marca” que as destaca da maioria dos alunos (gordo/magro, alto/baixo, óculos, deficiente físico, sardas, orelhas ou nariz grade ou pequeno, religião, raça, orientação sexual diferente, além de condição socioeconômica diferenciada).
Geralmente, essas crianças e adolescentes, “estampam” facilmente as suas inseguranças na forma de extrema sensibilidade, passividade, submissão, falta de coordenação motora, baixa autoestima, ansiedade excessiva e dificuldade de se expressar. Tornando-se, assim, alvos fáceis para os agressores.
2) VÍTIMA PROVOCADORA
São aquelas capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos revides de forma satisfatória. Elas, em geral, discutem ou brigam quando são atacadas ou insultadas.
Nesse grupo, geralmente, encontramos as crianças ou adolescentes hiperativos e impulsivos e/ou imaturos, que criam, sem intenção explícita, um ambiente tenso nas escolas. Os agressores se aproveitam desse jeito “esquentadinho” para desviarem toda a atenção para a vítima provocadora e ficam impunes.
3) VÍTIMA AGRESSORA
Reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação, ou seja, ela procura outra vítima, ainda mais frágil e vulnerável, e comete contra esta todas as agressões sofridas.
OS AGRESSORES
Podem se de ambos os sexos. Possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido ou legitimado através de força física ou de intenso assédio psicológico.
O agressor pode agir sozinho ou em grupo. Quando está acompanhado de seus “seguidores”, seu poder de “destruição” ganha reforço exponencial, o que amplia seu território de ação e sua capacidade de produzir mais e novas vítimas.
Apresentam, desde muito cedo, aversão às normas, não aceitam serem contrariados ou frustrados. Geralmente estão envolvidos em atos de pequenos delitos, como furtos, vandalismos, como destruição de patrimônio público e/ou privado.
O desempenho escolar costuma ser regular ou deficitário, o que não indica deficiência intelectual ou de aprendizagem. Muitos apresentam, nos estágios iniciais, rendimentos normais ou acima da média.
O que lhe falta, de forma explícita, é afeto pelos outros. Essa afetividade deficitária pode ter origem em lares desestruturados ou no próprio temperamento do jovem. Neste caso, as manifestações de desrespeito, ausência de culpa e remorso pelos atos cometidos pelos outros podem ser observados desde muito cedo (por volta dos 5, 6 anos).
Essas ações envolvem maus-tratos a irmãos, coleguinhas, animais de estimação, empregados domésticos e funcionários da escola.
OS ESPECTADORES
São aqueles alunos que testemunham as ações dos agressores contra as vítimas, mas não tomam qualquer atitude em relação a isso: não saem em defesa do agredido, tampouco se juntam aos agressores. Podem ser divididos em:
1) ESPECTADORES PASSIVOS
Tem medo absoluto de se tornarem a próxima vítima. Não concordam e até repelem as atitudes dos bullies. No entanto, ficam de mãos atadas para tomar qualquer atitude em defesa das vítimas. Estão propensos a sofrerem as consequências psíquicas, uma vez que suas estruturas psicológicas são frágeis.
2) ESPECTADORES ATIVOS
São os alunos que, apesar de não participarem ativamente dos ataques às vítimas, manifestam “apoio moral” aos agressores, com risadas e palavras de incentivo. Não se envolvem diretamente, mas não significa que deixam de se divertir com o que veem.
É importante ressaltar, que misturados aos espectadores ativos podemos encontrar os verdadeiros articuladores dos ataques, perfeitamente “camuflados” de bons moços. Eles tramaram tudo e, agora, estão apenas observando e se divertindo ao verem o circo pegar fogo.
3) ESPECTADORES NEUTROS
São os alunos que por uma questão sociocultural (advindos de lares desestruturados ou de comunidades em que a violência faz parte do cotidiano), não demonstram sensibilidade pelas situações de bullying que presenciam. São acometidos por uma “anestesia emocional”, em função do próprio contexto social que estão inseridos.
Lembrando que a omissão, nesses casos de bullying, também se configura como ação imoral e/ou criminosa, tal qual a omissão de socorro diante de uma vítima de acidente de trânsito, por exemplo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário