quarta-feira, 10 de março de 2010

PSICÓLOGOS? PARA QUÊ?

Quantos de nós já pensaram recorrer a um psicólogo?? E dos que pensaram, quantos o fizeram realmente? Quantos de nós pensam ainda que só recorrem aos psicólogos os doentes mentais?
Quantos de nós deixam de investir na descoberta interior pela ameaça que ela pode constituir à rigidez das nossas estruturas, à anestesia que a rotina e os hábitos mecânicos do dia a dia provocam nas nossas mentes, deixando-as vazias de sentido e de significado??
São muitas as questões que poderíamos colocar ainda, mas posso garantir-lhes que todas elas já não fazem mais sentido hoje. Isso porque, a figura do psicólogo, cada vez mais se impõe, como um "instrumento" ao serviço de todos os que sentem, a necessidade de questionar, seriamente, os seus padrões comportamentais, as suas emoções, as suas fragilidades e competências, a sua vida em geral.
Entretanto, a figura de um picólogo não pode, nem deve, ser encarada à de um mago... ele não possui artes mágicas, varinhas de condão, não resolve as problemáticas num simples estalar de dedos. Contudo, hoje em dia, queremos obter fórmulas milagrosas, rápidas e eficientes.
Quem procura um psicólogo na esperança de um milagre, deve refletir duas vezes... não é possível reparar uma auto-estima, anos e anos sedenta de alimentos, numa simples consulta. Há um plano, um processo a desenvolver, um caminho que nos pode levar à descoberta da fonte que, pelas vicissitudes da vida secou e comprometeu o nosso desenvolvimento enquanto pessoas. Cabe ao psicólogo proceder à avaliação do "terreno por cultvar" e ajudar a regá-lo, para que floresça vivaz.
neste encontro, estão duas pessoas, frente a frente, cada um esperando da outra pistas, sinais, indícios de uma possibilidade... possibilidade necessária e imprescindível numa relação terapêutica - o estabelecimento da empatia - a compreensão do ofrimento do outro, sem juizos de valor, sem imputação de culpas e a devida aceitação e respeito pelo seu percurso existencial.
É pois, a singela aceitação da sua condição humana e da dor que lhe está subjacente que deve prevalescer nesta parceria... parceria porque o caminho da auto descoberta constrói-se numa relação dual, no trabalho que cada um, com o seu saber aporta à relação.
Assim, pouco a pouco, encontro após encontro, construindo e resconstruindo o filme da existência, vamos encontrando novos sentidos e novos significados, nem sempre num movimento progridente, porque a consciencialização de falsas crenças, os fantasmas que se erguem face ao novo EU a emergir não se interiorizam sem receios, sem dúvidas, sem a hesitação própria de quem, pela primeira vez, aventura-se nos primeiros passos.
Há medidas que ousamos despir a velha roupagem e comprovamos os benefícios da nova, crescemos em entendimentos e humanidade, ampliamos a nossa visão dos outros e do mundo, aceitamos a inevitabilidade do que não podemos mudar e descobrimos o poder da partilha e da dádiva.
Não nos esgotemos na experimentação da terapia A, B, C, X, Y, esperando sempre que a próxima será a que mais nos convém, a que melhor responderá às nossas angústias e anseios. Perguntam-me, então - Como saberemos o que a nós se adapta sem experimentarmos?
Não faz mal experimentar, mas é preciso CRER no que se experimenta. As várias formas de auto descoberta, baseadas em técnicas socialmente aceitas e comprovadamente terapêuticas não são para serem usadas e deitadas fora como se de um ato consumista se tratasse. É preciso tão somente perceber os seus mecanismos, os métodos porque se regem e não descartá-los de imediato só porque o(a) terapeuta utiliza um perfume de gosto duvidoso e não tem a cor dos olhos da nossa preferência...
Na aventura do auto conhecimento o que importa mesmo é a PALAVRA.
(AUTOR DESCONHECIDO)